Complexo Intermodal vai gerar mais emprego e renda para Ilhéus, diz governo

Projeto é a esperança econômica de grande parte da população
Ilustração

O desenvolvimento dos meios detransporte sempre foi responsável pela promoção de mudanças regionais. Com a criação de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias, ampliam-se as trocas sociais e econômicas das localidades provocando modificações na estrutura urbana e no comportamento e modo de pensar dos cidadãos. E Ilhéus está vivendo este cenário de transições, com a instalação do Complexo Logístico Intermodal Porto Sul, que está associando a implantação de várias modalidades de transporte, o que vai gerar mais emprego e renda para toda a população. “O complexo intermodal, sem dúvida, vai mudar a nossa realidade, mudar a nossa matriz industrial, a nossa possibilidade de gerar emprego, renda e oportunidade para todos. Isso não é mais uma conversa; é uma realidade”, ressalta o prefeito Jabes Ribeiro. 

O Complexo Logístico Intermodal Porto Sul – ou Porto Sul –é um porto brasileiro, em processo de construção, localizado no distrito de Aritaguá, no município de Ilhéus. Sua área de influência também envolve um aeroporto internacional, que será construído na BR-415, nas proximidades da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac), a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), um centro industrial, uma Zona de Processamento de Exportações (ZPE), novos acessos rodoviários e o Gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene), além do porto em si. “A Fiol está vindo, o Porto Sul já está na fase final de toda a documentação para que tenhamos a licença de implantação, já existe a licença ambiental; não tenho dúvida de que este equipamento vai atrair muitas empresas, muitos negócios, portanto, muitas possibilidades para que nossa gente possa aproveitar esse momento”, atesta o prefeito.

O porto demandará investimentos da ordem de R$ 5,6 bilhões, sendo R$ 3,6 bilhões investidos na Zona de Apoio Logístico (ZAL) do estado, com recursos privados. Os outros R$ 2 bilhões são destinados ao Terminal de Uso Privativo (TUP) da Bahia Mineração (Bamin), com a expectativa de movimentar 60 milhões de toneladas de produtos em 10 anos e 120 milhões de produtos ao final de 25 anos. Trata-se do maior empreendimento portuário do Nordeste. Segundo o Secretário de Desenvolvimento Urbano de Ilhéus, Isaac Albagli, "diante da grandiosidade do projeto, tudo leva a crer que o Porto Sul irá superar os complexos portuários de Pecém no Ceará e Suape em Pernambuco." Destaca o secretário, que "a maior proximidade de Ilhéus com o Centro-Oeste brasileiro fará com que esse porto se consolide como um dos maiores do Brasil."

Sociedade de Propósito Específico – O Porto Sul é um empreendimento constituído por um Porto Público (será construído através de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), onde o Governo da Bahia será sócio minoritário de empresas com interesse em construir, operar e explorar o porto - mas com poder de veto, para garantir o acesso ao porto a todos os interessados) e um Terminal de Uso Privativo que compreende um conjunto de áreas e instalações: Porto Público - Constituído por terminais para armazenamento e movimentação de cargas diversas, edificações administrativas e operacionais e Zona de Apoio Logístico (ZAL) onde existem pátios de armazenamento de cargas e minério e Terminal de Uso Privativo (TUP).

O Porto Público está previsto para operar com uma capacidade nominal de exportação de 75 milhões de toneladas por ano e de importação de cinco milhões de toneladas por ano. Incluída nesta capacidade está a previsão de movimentação minério de ferro, clínquer (cimento numa fase básica de fabrico), soja, etanol, e fertilizantes, além de outros granéis sólidos.

História – A partir de um projeto de ferrovia, idealizada na década de 1950, com o objetivo de ligar o Oceano Atlântico ao Pacífico, entre o Peru e o litoral da Bahia, foi concebida a implantação de um porto em Campinho, na baía de Camamu. Como parte do projeto, na década de 1960, foi proposta a implantação da BR-030, que ligaria Brasília ao Porto de Campinho, até hoje não concluída.

No final do século XX e começo do século XXI, a ampliação da produção de grãos no oeste baiano e a oportunidade de ampliação da exploração de minérios, em particular do ferro, gerou grande pressão pela ampliação de infraestrutura e logística, articulando o Estado da Bahia, principalmente em seu eixo oeste-leste. Neste sentido, a Bahia passou a trabalhar para viabilizar a implantação de um modal ferroviário entre a região do estado do Tocantins, em um dos cruzamentos da Ferrovia Norte-Sul, com um porto no litoral sul baiano, em Ilhéus, o qual passou a denominar-se Porto Sul.

Durante este processo, iniciaram-se as negociações que alterou o projeto original de mineroduto, ligando Caetité a um terminal marítimo no litoral da Bahia. Ainda, procurou-se a utilização da Ferrovia Oeste-Leste e integrando-se definitivamente ao projeto Porto Sul, com o qual contribuiria, responsabilizando-se pela construção da ponte de acesso marítimo. Em 2007, o governo estadual, apoiado pelo governo federal, consolidou o Porto Sul como um empreendimento público e privado de gestão compartilhada.